quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Abobrinha Científica - Por Igor Rodrigo


Era Pra Ser Só Um Pão Queimado.

Eu sempre soube, ou pelo menos sentia que passariam por grandes emoções ao
morar nesta rua. Só não imaginava que passaria por uma situação inusitada, como a
descoberta de um fóssil, com apenas um mês de mudado. Demorou pra cair a ficha
quando vi minhas mãos segurando aquele fóssil. Eu só tinha saído para comprar alguns
pães queimados e quando volto para comê-los, descubro que ele é um fóssil. Como não
há segredo no mundo que não seja divulgado, comentei com alguns vizinhos a tal
“descoberta”. Uns acharam graça, outros me chamaram de louco e alguns poucos se
indignaram, em como seria possível sair para comprar pão e voltar com um fóssil.
Acontece que minha proeza rendeu boas teorias, onde a maioria me dizia: “Isso não é
fóssil não, meu filho! Isso é pão queimado mesmo e muito queimado!” ou “Isso é pão
com fungos, amor.”
Acontece que a repercussão foi tão grande, que pessoas altamente gabaritadas,
chamadas de cientistas, bateram em minha porta atrás do meu “pão queimado” e então
confirmaram... É um fóssil! Olharam, analisaram, viram e reviram o tal fóssil e disseram
que pertencer a um humano com mais de 3.500 anos. Perguntaram-me onde o tinha
encontrado e quando eu disse que o tinha comprado na padaria da esquina, a 2 minutos
de minha casa, só faltaram me bater. E foi então que ao quererem levar o meu “pão
queimado”, eu logo indaguei: “Ei! Eu paguei por isso!”. E sendo assim, fomos à padaria
e os tais cientistas deixaram nada mais, nada menos, do que todo o mês pago de pães
“queimados” da tal padaria, e o melhor era que não tinha uma cota diária.
Alegre, feliz, contente e um tanto abençoado, fui para minha humilde residência
com meus queridos Paes, e o possível fóssil, tomou o seu rumo de estudos com os
cientistas. As abrir o saco de pão e pegar um pão queimado... Me assustei com o que vi
(de novo), mas dessa vez era só meu pão queimado mesmo

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